"Não se esqueça da minha lembrança", ela disse fazendo charme e achando incrível o fato de ter conseguido digitar em uma mensagem de texto uma frase inteligível que resumia tudo o que ela mais queria dizer, mas esta confuso no furacão de dentro dela. Ao que ele responde "como vou esquecer se lembro de você a toda hora" e era como se todo o corpo dela derretesse em milhares de partículas e mil sóis nascessem e se pusessem diante dos olhos dela.
E eles foram viajar no dia segiunte, cada um para um lado. E ela queria mesmo ir para o sentido contrário ao encontro dele. Mas ela dormiu sorrindo por dentro e por fora naquela noite, imaginando como ele estava lá, sob o mesmo céu. E ela acordou mais cedo para ver o sol nascer sentada na varanda quando olhou o visor do celular e viu numa combinação de palavras um futuro que ela desacreditava poder existir florindo. "Infelizmente (pra você) não consigo parar de pensar em você" e foi como se centenas de anjos descessem do céu tocando uma música celestial abençoando o momento, dizendo que dessa vez ela estava acordada.
Mas ele não sabia que ela costumava acreditar com força naquilo que não via, naquilo que sente e se escreve. Ela acreditava na magia e no poder das palavras. Ela costumava poetizar o insignificante e o corriqueiro.
É como dizem, o mesmo mar que purifica e renova as energias de uns pode também trazer as energias negativas depositadas por outros, e tanto banho de mar salgou aquela não-existente relação.
E foi-se assim, como começou. Em ondas, lobo na pele de cordeiro, tristeza embrulhada em papel de presente.
Ainda hoje, ela prefere acreditar que algo na combinação sol, areia e mar encantam àqueles que contemplam muito tempo o nada deixando os pensamentos vagarem perdidos e solitários. Ele se apaixonou pela sombra da moça bonita e decidiu ficar por lá.
Final poético para história trágica é a cara dela.