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quarta-feira, 28 de abril de 2010

sobre os gritos dos prédios

É como se fosse um rio bloqueado pelo acúmulo de galhos e folhas, impedindo a passagem da água. Sinto como se por mais que eu viva bem e esteja feliz, sempre haverá um lampejo de tristeza porque sempre há algo impedindo que tudo corra livremente. Toda noite de luar eu lembro e por mais que eu viva meu mundo sempre tem algo impedindo, como se fosse um escudo cinza. Tudo tão diferente e ao mesmo tão igual. 
Viver todo o mundo, curtir todos os prazeres que essa porcaria de mundo pode oferecer. O sexo, as drogas, o rock'n'roll. Viver. Como eu os vivo. Viver tudo lá fora, porque quando chegar em casa os mesmos medos, anseios, pensamentos ocultos vão estar te esperando na sala de estar, pra te fazer companhia. 
A mudança não tem que vir daí. Não é esse o caminho.
Acontece que nesse mar de gente eu tenho mesmo é deixado que a correnteza me leve, pra qualquer lado. Fechei os olhos e decidi não ter que decidir mais nada, só me deixar levar. Está escuro mas eu não sinto que estou afundando. Mas sempre tem algo que me grita, impedindo. Espero que isso não te impeça de me alcançar.

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