"Eu tô com aquela bola de tênis na garganta; com aquele troço no peito, sacam?" Acordei e me deparei logo com essa frase. Nesses dias assim percebo que o que sinto falta são pessoas inteiras, que conversem sem te julgar, que compartilhem. Não que estejam apontando falhas com dedo sujo. Não é questão de querer conforto, é só poder ter uma conversa sem se preocupar em vestir armadura contra acusações que mais parecem um direto na boca do estômago.
Tenho reparado e chegado a conclusão que os fatos cotidianos, somados ao amontoado de experiências que todo ser carrega, traumas, crenças, valores, me moldaram um ser mais duro e frio por fora. Veja bem, frio não é seco. Frio ao menor toque mais quente a sensibilidade aflora. O seco precisa que se chova por dias e depois faça um sol para que mude. O frio está muito mais ali na superfície, só vir alguém com um casaco e uma conversa sobrando que opa, de repente não está mais tão gélido como outrora.
Sempre amei e prezei pela minha liberdade. De pensar, de falar, e paguei o preço da 'língua', como minha mãe gosta de falar. Mas sempre achei também que uma parte da liberdade foi feita pra ser compartilhada (não limitada).
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Sinceramente, hoje não quero conversar com ninguém.