sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009
"Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é possível fazer sentido."
"Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo."
(C. Lispector)
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
Preciso de coragem pra arriscar, entregar e me atirar de cabeça. Eu paro no meio, fico com medo, fraquejo e dou motivos pra duvidarem de mim depois.
Eu provarei que quando quero, eu corro atrás e faço.
"Me leve às estrelas sem pensar que amanhã tudo pode mudar. Me deixa sonhar em paz porque eu já não penso em acordar."
terça-feira, 10 de fevereiro de 2009
Um ego devasso
Eu desaprendi a me expressar diante dos outros, a dizer o que eu sinto e o que eu realmente penso.
Veja bem, não se trata de mentir ou falar o que os outros querem ouvir. A verdade é que eu penso demais, crio minhas teorias, algumas um tanto quanto viajadas, outras com consideravel lógica.
Acontece, que de uns tempos pra cá, venho sufocando esses pensamentos, guardando-os pra mim. Um tanto quanto egoísta, eu sei. E começa a doer.
Não sou e nunca fui uma desacreditada no homem, eu sei que existe pessoas boas de coração.
Mas parece que vivo em um mundo aleatório e excluído, não sinto que as pessoas me sentem como eu as sinto. Parece que só eu sou, e não são para mim na mesma proporção.
Talvez o problema seja comigo; talvez eu espere demais e todo e qualquer carinho nunca será suficiente. Mas as pessoas parecem egoístas, só olham o que acontece em torno de seus umbigos e não se importam com o que o outro tem a falar, o que sente. E eu ando em meio à multidão, levanto o olhar em busca de outro como se fosse um refúgio, mas só o que encontro são rostos sem expressões, olhos sem brilho, sorrisos sem vida. Isso me sufoca.
Logo eu, com uma solidão crônica que facilmente é resolvida com um abraço, não encontro abrigo nem em um olhar desconhecido.
Preciso extravasar meus sentimentos, me libertar de todas essas sensações que estão me sufocando. Sentir as pessoas no âmago pra me descobrir na essência.
Guardo no braço o abraço pronto pra dar.
"A maioria das pessoas estão mortas e não sabem, ou estão vivas com charlatanismo. E o amor, em vez de dar, exige. E quem gosta de nós quer que sejamos alguma coisa de que eles precisam. Mentir dá remorso. E não mentir é um dom que o mundo não merece..." (Clarice Lispector)
ouvindo: Respeito é a Lei - Rancore
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009
terça-feira, 3 de fevereiro de 2009
Sentir você é arriscado e irreal.
Sabe, quando eu estou com você eu fico calada, o assunto some. Não é porque eu não queira conversar contigo, pelo contrário, por mim eu ficava a eternidade a contar cada coisa insignificante só pra não ter que me afastar de você nunca mais. É porque você me intimida, e tenho que medir as palavras pois tenho a impressão que qualquer coisa que eu disser vai fazer você ir embora, e eu não quero te perder. É tão fácil gostar de você assim pra sempre. É tão diferente, tão bom. Mas é complicado também, e eu entendo o porquê de não querer me iludir. E eu não quero confundir ainda mais sua vida. Eu sei, descomplicado é bem melhor e eu juro como te entendo perfeitamente. Só te quero por perto pra me sentir segura, em um lugar que não vai sair tão cedo. Um pouco egoísta eu sei.
Seu cheiro ainda está na minha blusa e eu fui dormir sentindo o aroma que me fez lembrar de cada instante. E tem algo no seu olhar fugitivo que mais querer continuar olhando, mesmo que você tente desviar.
A brisa que assopra meus cabelos, leva meu pensamento tão longe, e nos une de uma forma tão única que em um segundo poderia me sentir em outro mundo.
Ficar sentado naquele banco enquanto a chuva fazia barulhos surdos aos nossos ouvidos, olhando os rostos sem expressão, tentando decifrar o pensamento um do outro, contemplando o silêncio, são coisas que podem ser banais pra qualquer um que não entende o quanto de esforço isso nos requer e o que significa.
Um silêncio velado, uma verdade querendo ser gritada, um segredo preste a ser revelado, uma confissão que subjulgue. Eu juro que aquela agonia passou, e eu te tenho aqui.
Eu vou ficar no meu lugar, sem inteferir nas suas escolhas. Do fundo do meu coração, mais do que a qualquer outro, eu quero te ver bem, e nem me entristece o fato de não te ter aqui pra sempre nesse momento. Porque naquela hora que eu olhei pra você cabisbaixo tentando me ver de canto de olho, eu soube que esse momento foi só uns dos primeiros, um começo, e temos todo o tempo do mundo ao nosso favor. E toda disposição de ambas as partes. A gente gosta.
E se despedir está se tornando cada vez mais difícil.
Foi uma bela noite chuvosa de verão.
"Já se sabe que você só procura abrigo mas não deixa ninguém ver, porque será?"
ouvindo: Jens Lekman - Another Sweet Summer's Night on Hammer Hill
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