Eu desaprendi a me expressar diante dos outros, a dizer o que eu sinto e o que eu realmente penso.
Veja bem, não se trata de mentir ou falar o que os outros querem ouvir. A verdade é que eu penso demais, crio minhas teorias, algumas um tanto quanto viajadas, outras com consideravel lógica.
Acontece, que de uns tempos pra cá, venho sufocando esses pensamentos, guardando-os pra mim. Um tanto quanto egoísta, eu sei. E começa a doer.
Não sou e nunca fui uma desacreditada no homem, eu sei que existe pessoas boas de coração.
Mas parece que vivo em um mundo aleatório e excluído, não sinto que as pessoas me sentem como eu as sinto. Parece que só eu sou, e não são para mim na mesma proporção.
Talvez o problema seja comigo; talvez eu espere demais e todo e qualquer carinho nunca será suficiente. Mas as pessoas parecem egoístas, só olham o que acontece em torno de seus umbigos e não se importam com o que o outro tem a falar, o que sente. E eu ando em meio à multidão, levanto o olhar em busca de outro como se fosse um refúgio, mas só o que encontro são rostos sem expressões, olhos sem brilho, sorrisos sem vida. Isso me sufoca.
Logo eu, com uma solidão crônica que facilmente é resolvida com um abraço, não encontro abrigo nem em um olhar desconhecido.
Preciso extravasar meus sentimentos, me libertar de todas essas sensações que estão me sufocando. Sentir as pessoas no âmago pra me descobrir na essência.
Guardo no braço o abraço pronto pra dar.
"A maioria das pessoas estão mortas e não sabem, ou estão vivas com charlatanismo. E o amor, em vez de dar, exige. E quem gosta de nós quer que sejamos alguma coisa de que eles precisam. Mentir dá remorso. E não mentir é um dom que o mundo não merece..." (Clarice Lispector)
ouvindo: Respeito é a Lei - Rancore
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