Tenho andando pelos cômodos do lar da minha mente desacompanhada daquele morador habitual. Na verdade, eu sai dos domínios das paredes e fui para o jardim respirar um pouco. Me encantei com o céu. Andei bastante, sorri, dei asas à imaginação. Mas daí eu me perdi. Me perdi de uma lembrança sólida que sempre segurava minha mão; por vezes ela era a única companheira, apoiava minha cabeça no ombro e velava meu sono. Mas me doía e ocupava um espaço muito grande.
Eu devo ter andando muito porque não lembro em qual trecho do caminho soltei a mão dela.Não foi nenhuma substituição, muito menos peguei uma borracha e a apaguei. Eu não sei o que aconteceu.
O torpor também não está aqui. Mas não me sinto só, não dói estalar os dedos.
Essas curvas tem mexido muito mais do que apenas com o meu corpo e pensamento. Novos caminhos têm se iluminado. Talvez seja apenas distração e na próxima curva tudo volta: torpor, lembrança, dor. Ou quem sabe o caminho seja outro. De onde me encontro não tenho certeza de nada. Estou abrindo passagem.
A vida é uma mala pronta pra viagem.
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