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quinta-feira, 7 de abril de 2011

Sobre reconstruir e esperar

Venho dizendo que não sinto mais essas vontades, nem impulsos amorosos e que prefiro andar só. Eu cansei de acreditar sabe. De  colocar minha fé e esperança em algo feito de areia, em criar romance de história breve. Sim, deixei pra lá. 
Vivo a maior parte do tempo feliz. É, feliz, quem diria. A partir do momento que eu entendi e aceitei minha derrota, eu me reergui. Porque o que eu quero é olhar dos ombros ao céu. Eu quero algo que me leve ao delírio; se for pra me deixar apenas na superfície nem me tire do meu estado de inércia.
Se bem que às vezes viver na superfície é mais fácil de se levar, principalmente a rotina 'segunda-a-sexta-horário-comercial'. É bom pra mostrar a cara de funcionária exemplar, enquanto o que você quer mesmo é mandar seu chefe autoritário tomar no cu.
Li hoje uma frase que me chamou atenção: "você pode ter qualquer coisa nessa vida se sacrificar todas as outras por isso." Fez muito sentido, já vivi cada letra dessa frase mas não estou a fim de escrever a respeito, pois já o fiz tanto que me sinto um tanto repetitiva. É, acordei me achando repetitiva, só porque lá pelas 6 e tantas da manhã acordei e comecei a repassar mentalmente todos os meus pseudo casos de amor. Um romantismo aqui, uma boa foda ali, palavras bonitas acolá, mas o que sobra de tudo isso?
Acredito que morri de amor duas vezes. Mas amor mesmo, não paixão adolescente. Foi bom. Aliás muito bom. Nunca me senti tão viva. E em nenhuma das duas o objeto do meu amor percebeu. Porque eles não entenderam quando disse que sinto muito. Ou eu que não sei me expressar ou eles não estavam tão dispostos de chegar bem lá no fundo, como eu estava. 
Deixar uma pessoa entrar significa derrubar o muro que você passou a vida inteira construindo. E estou querendo mesmo é eliminar quaisquer ameaças ao meu muro. Melhor esperar por alguém que o derrube por inteiro, e não apenas a metade, me deixando metade aqui, metade do outro lado, mas nunca completa num lugar só. Ai o tempo passa e só me sobra o trabalho de reconstruir.
Estou tentando ficar assim, desacreditando de qualquer forma de amor dado fácil e torcendo mesmo pra que alguém venha e me mostre que estou errada. 

Um comentário:

Puxe a poltrona e fique a vontade.