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domingo, 29 de novembro de 2009

Pra sair desse tormento e te esperar
Mantendo o meu corpo calmo
Pra deixar o tempo correr e tentar dizer
O que eu realmente acho
Não posso te atropelar nem te pedir 

Pra ficar aí sozinho
Não sei nem como te falar
Que na verdade quero ter você comigo
Pra te dar colo e te ver deitado
Na minha cama e não naquele sofá emprestado
Daria um pedaço do meu medo pra saber se você tem coragem
A distância entrelaça os nossos dedos pra encurtar a viagem
Como poderia saber se não fosse correr 

Atrás de encontrar os seus perdidos
Já sei que alguém aí já te controla
Na tempestade me contento com seus pingos
Você respirou aqui no meu pescoço
Da janela todos os prédios ali nos ouvindo
Se eu me escondo aqui nesse lugar tranquilo
Não se esqueça que pro caos eu tô partindo
Pra te dar colo e te ver deitado 

Na minha cama e não naquele sofá emprestado
Daria um pedaço do meu medo pra saber se você tem coragem
A distância entrelaça os nossos dedos pra encurtar a viagem

sábado, 28 de novembro de 2009

hora da despedida



Eu estava aqui o tempo todo, só você não viu.
(...)


E essa abstinência uma hora vai passar.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

(...)
Porque eu me imaginava mais forte. Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões, é que se ama verdadeiramente. Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil. É porque eu não quis o amor solene, sem compreender que a solenidade ritualiza a incompreensão e a transforma em oferenda. E é também porque sempre fui de brigar muito, meu modo é brigando. É porque sempre tento chegar pelo meu modo. É porque ainda não sei ceder. É porque no fundo eu quero amar o que eu amaria - e não o que é. É porque ainda não sou eu mesma, e então o castigo é amar um mundo que não é ele. É também porque eu me ofendo à toa. É porque talvez eu precise que me digam com brutalidade, pois sou muito teimosa. É porque sou muito possessiva e então me foi perguntado com alguma ironia se eu também queria o rato para mim. É porque só poderei ser mãe das coisas quando puder pegar um rato na mão. Sei que nunca poderei pegar num rato sem morrer de minha pior morte. Então, pois, que eu use o magnificat que entoa às cegas sobre o que não se sabe nem vê. E que eu use o formalismo que me afasta. Porque o formalismo não tem ferido a minha simplicidade, e sim o meu orgulho, pois é pelo orgulho de ter nascido que me sinto tão íntima do mundo, mas este mundo que eu ainda extraí de mim de um grito mudo. Porque o rato existe tanto quanto eu, e talvez nem eu nem o rato sejamos para ser vistos por nós mesmos, a distância nos iguala. Talvez eu tenha que aceitar antes de mais nada esta minha natureza que quer a morte de um rato. Talvez eu me ache delicada demais apenas porque não cometi os meus crimes. Só porque contive os meus crimes, eu me acho de amor inocente. Talvez eu não possa olhar o rato enquanto não olhar sem lividez esta minha alma que é apenas contida. Talvez eu tenha que chamar de "mundo" esse meu modo de ser um pouco de tudo. Como posso amar a grandeza do mundo se não posso amar o tamanho de minha natureza? Enquanto eu imaginar que "Deus" é bom só porque eu sou ruim, não estarei amando a nada: será apenas o meu modo de me acusar. Eu, que sem nem ao menos ter me percorrido toda, já escolhi amar o meu contrário, e ao meu contrário quero chamar de Deus. Eu, que jamais me habituarei a mim, estava querendo que o mundo não me escadalizasse. Porque eu, que de mim só consegui foi me submeter a mim mesma, pois sou tão mais inexorável do que eu, eu estava querendo me compensar de mim mesma com uma terra menos violenta que eu. Porque enquanto eu amar a um Deus só porque não me quero, serei um dado marcado, e o jogo de minha vida maior não se fará. Enquanto eu inventar Deus, Ele não existe.


(Clarice Lispector)
Deus, Ele não existe. in "Felicidade Clandestina" - Ed. Rocco - Rio de Janeiro, 1998

Notas

Eu deveria seguir meu caminho e não esperar sua volta. Eu deveria tentar recomeçar com os pedaços que me restam, pintar as paredes e buscar algo para me entreter. Deveria, mas não curaria isso. Acontece que o que mora deste lado é algo que cresce quando se divide. E não adiantará cobrir as fotos com posteres, nem pintar as escritas nas paredes; eu sempre arrumarei um jeito de descascar a pintura e voltar ao antigo jeito de sentir você. E as marcas se tornam mais profundas.
Contar estrelas apagadas foi uma forma que arranjei pra me proteger do vazio. Nem preciso dizer da falta que sua falta faz, não é? Lábios secos e dedos rachados, sua ausência me seca.
Cuida bem da minha parte que ficou aí desse lado.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Sua ausência me seca

Você some e eu sinto falta. De tudo, de cada palavra, de cada letra, de cada laço de cadarço, de cada quadrado do xadrez da camisa. São essas pequenas coisas que formam um todo entende.
E eu desaprendi a escrever, a TE escrever. Minhas palavras secaram, meu cérebro parou, meu coração acelerou pra depois parar também e as palavras arranharam a garganta por tempo demais até que eu conseguisse as engolir.
Eu perdi a graça e não vejo mais graça, eu sinto um vazio ecoando nos meus passos, buscando encontrar nos olhares atravessados algo seguro.
Ninguém percebe a urgência nos meus gestos e o amarelo no meu sorriso e eu tenho andado torto, fazendo desenhos com os passos, imaginando formas diferentes nas nuvens só pra ignorar as borboletas.
Na direção de lugar nenhum, espero esbarrar um olhar familiar tão perdido quanto o meu. (você)

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Um floreio sem chão

Fui passear no bosque e não voltei mais.


Estou enlouquecendo... posso?

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Perecível

Minha esperança tem prazo de validade.

De novo

Eu havia preparado uma carta de despedida. Reuni toda coragem que havia dentro de mim e escrevi tudo o que meu coração sente na sua falta.
Quando eu ia posta-lá, aconteceu um imprevisto atrasando minha saída. Decidi deixar pra amanhã. Nunca pensei que um dia faria tanta diferença, afinal, eu havia desistido de qualquer sentimento mesmo.
Mas a justiça, ou seja lá que nome pode se dar a isso, resolve me mostrar o que eu deveria abrir os olhos pra enxergar, mas como idiota preferi ignorar, e veio como um tapa na cara, o mais dolorido, só pra eu aprender a não acelerar o tempo nem a julgar tudo sob o meu ponto de vista.
E com apenas meia dúzia de palavras suas eu rasguei a carta e corri de volta.
Sim, eu sinto muita sua falta, você não faz nem idéia. Chega a se manifestar de forma física: arde, coça, machuca. 
Não se preocupa que o meu coração ainda está guardado, bem aqui. Você sabe o caminho.
Eu preciso aprender a ser mais resistente, mais firme. Não entregar minha condição tão facilmente. Mas é que eu não resisto a...
Me beija logo vai.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Sentimento de Julieta

"Se Romeu tivesse mesmo partido, para nunca mais voltar, teria feito diferença Julieta ter aceitado ou não a oferta de Páris? Talvez ela devesse ter tentado se adaptar aos pedaços de vida que restaram. Talvez fosse o mais perto da felicidade que ela chegaria."

New Moon

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

domingo, 8 de novembro de 2009

Salto

Eu cansei de carregar o fado desses planos ruídos, dessas expectativas não atendidas.
Optei pela mudança de sintonia. Sendo assim, você não entende minha língua e nem eu a sua, e viveremos bem. Viverei leve mas sempre com o peso das memórias findas.
Eu sei que acabarei por esbarrar em coisas que me preencherão, assim como essa música que sai do fone de ouvido e entra fundo em alguma parte do meu cerébro responsável pelo ato de coordenar o pensamento e organizá-lo em forma de palavras.


Individualizar uma vida a dois.
Sempre sobra uma opção não é?! 
 
Às vezes te odeio.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Faz um dia bonito lá fora e eu estou aqui coberta até a cabeça. Acabei de acordar de um sonho que eu prefiria viver pro resto dos meus dias. 
O sol sempre anima mas eu sinto que fará uma bela noite de novo. no céu e no meu coração. 
Sempre prefiri mesmo as noites, ainda mais aquelas em que os outros vão e você vem.

Poá


Está uma noite tão bonita que é até um desperdício de vida ficar aqui deitada sozinha, tendo que controlar essas idéias que fecundam a mente e viram esse brainstorm. 
Sim, eu vou tentar mais uma vez e não, eu não sussego.
Eu larguei a mão do controle, cansei de tentar seguir em direção contrária à do coração.
Alguma estrela estorou no céu e o brilho caiu todo aqui no meu chão, e eu não me contenho e agora minhas mãos estão cheias desse brilho e eu te juro, essa noite ainda será nossa. Pois não há mais tempo pra perder, hoje há de ser o funeral de nossas tristezas.
Ah vida como se você soubesse o quanto é possível viver esse momento.
Em memória ainda está aqui e o seu abraço está guardado. Existem milhões de noites dentro do meu coração e ele treme.
Beijo uma estrela pra você e a lua... só ela é testemunha do meu sorriso.

Bem vindo à noite de nossas vidas.

domingo, 1 de novembro de 2009



Yeah, you're sorry, I'm sorry, everybody's sorry, but...
I can't do this anymore. I can't. And I won't. I'm gone.