Eles estavam juntos e isso lhes fazia bem. Enquanto estavam ali, tinham um ao outro e o resto ao redor não passava de borrões, rostos sem expressão, sons inanimados. Ela se levantou e o puxou para o canto do salão, começou a música. Eles não conteram o riso e se olharam - um olhar significativo, em meio a todos outros já trocados. Seus corações estavam no mesmo compasso nesse instante, eram capazes de ouvir as batidas, podiam sentir a vibração. Mas ela sentia que chegava a hora de se despedir e isso a incomodava. Ela não queria, ele menos ainda.
Ela olhou angustiada pra ele, incapaz de falar. Virou-se e lhe deu a mão...com você não vou ter medo... Ela precisava ir mas não conseguia reunir as palavras pra dizer algo adequado a ele. Eles se abraçaram e as poucas palavras trocadas foram suficientes para que a emoção ao toque despertasse neles a vontade de ficar assim pelo resto da noite sem fim. Era seguro, quente e reconfortante, pelo menos enquanto estavam assim.
Se olharam mais uma vez. Ela se foi. Precisava reaprender a respirar. Ela não se lembra do caminho, só da sensação, do toque, do calor, do cheiro, da música. Os prédios em volta pareciam ecoar aquela música agora tão familiar '... where is my mind, whereee...'. Precisava voltar, sua despedida ficou presa na garganta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Puxe a poltrona e fique a vontade.