Páginas

segunda-feira, 30 de março de 2009

by my side

Foi proposital. Dolorosamente proposital. Como se eu quisesse cutucar o buraco no meu peito com coisas que eu sabia que ia machucar, só pra ver no que daria, só pra sentir a sensação da dor latejante.
Eu não me contive nem me detive, deixei meu pensamento livre e desde o momento em que abri os olhos de manhã eu decidi, hoje não vou me privar de nenhum pensamento que me leve até você.
E assim o dia começou, sorri um sorriso torto de canto de boca e pulei da cama; cantarolei baixinho uma música carregada de lembranças, atrelada à imagens só pra ver se eu havia esquecido os cheiros e cores. Nostalgicamente, comecei meu dia como em mundo paralelo, cheio de fantasias. Foi bom.
Vi uns significados em coisas banais que antes não havia enxergado.
Eu simplesmente desisti de derrotar a lembrança, a saudade me aperta e dói, e eu preciso fazer algo pra amenizar a dor. Te resgatando em minhas lembranças, estou tentando me ajudar a colocar um sorriso nos lábios, mesmo que seja superficial, uma alegria dolorosa. Além disso, eu preciso só ter a certeza de que foi real, e que um dia você esteve aqui perto de mim. Tendo essa certeza, eu tentarei seguir e me desprender.
Não quero deixar o torpor me invadir de novo. Se a dor não me matar, eu ficarei mais forte, não é assim o jogo? Eu estou disposta a seguir meu caminho depois que provar o gosto dessa sensação. Eu quero é fechar esse buraco, que tem suas medidas. Eu quero respirar aliviada e voltar aos meus suspiros bobos ao mesmo tempo que eu quero que isso não acabe. Eu quero é preencher esse vazio estrutural, com sua presença. Eu quero deixar de contradição e seguir por um único caminho. Mas dizem que na vida nunca se trilha uma linha reta, e os caminhos que me levam até você estão meio obstruídos. Eu pego um atalho e nesse caminho eu vou buscando ouvir sua voz pra guiar meus passos escuros. Eu devia ter quebrado todos os relógios pra impedir que a mão do tempo passasse quando você esteve aqui, eu deveria ter parado o tempo naquela hora. Só assim eu evitaria que essas lembranças viessem me invadir a mente, fazendo com que eu vacile, gagueje e fraqueje. Ao final do dia, eu ainda sinto alegria. A solidão me acompanha lado a lado, mas eu não a ouço mais sussurrar no meu ouvido. São tentativas vãs de me preencher superficialmente, eu prefiro não largar minha esperança. O sono chega e só essa noite eu não quero sonhar. Amanhã vou pensar melhor, e creio que depois de hoje, um parte de você em mim - e eu não sei o poder dessa parte - deu um suspiro. Devo ter sofrido um abalo sísmico. Eu só queria correr pra longe.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Puxe a poltrona e fique a vontade.