Páginas

domingo, 20 de dezembro de 2009

Sinto

Eu tenho uma péssima mania de intensidade. Tudo o que faço tem que ser intenso, tem que ter vida, senão não sou eu, senão não estou viva.
E também tenho mania de querer demais. Quando quero, quero muito, quero tudo e quero pra já.
Preciso aprender a querer menos, mas é que o pouco não me contenta e eu gosto mesmo é de exclusividade.
Eu gosto daquelas coisas simples, dirigidas a mim, preocupadas em me contentar. Porque quando me entrego, me entrego por inteira, e não pela metade. Porque quando sou, sou inteira por alguém. Porque quando me dôo é pra fazer o outro feliz. E eu me esforço pra ser a melhor, e ser inesquecível. Eu não quero que me escondam nada, e não acho que isso seja errado. Por isso quero que seja recíproco.
Se não quer saber de mim me fale.
Eu já quebrei meu coração mil vezes, e em todas achei que não conseguiria me recuperar. Morri algumas vezes também, confesso.
Não creio que seja egoísmo da minha parte querer um pouco mais de sinceridade das pessoas, um pouco de atenção dirigida a mim.
Afinal quantas vezes um coração pode ser quebrado e mesmo assim continuar a bater?
E agora ele bate, bate tanto que parece querer irrigar sangue pra todas as partes do corpo com tamanha urgência como se tudo fosse ficar seco de novo. Mas eu sei que não ficará. Meus pulmões respiram ar novo e eu gosto tanto dessa sensação, dessas cócegas no estômago.
A dormência passou, a letargia me abandonou. Respiro aliviada e não dói mais cada piscar de olho. Eu havia escritor cento e cinquenta e um versos tristes, todos com nomes e endereços corretos, até eu rasgá-los. Não é que eu tenho esquecido as cicatrizes, mas mudei os móveis de lugar e eu não sei guardar rancor. A mudança é a lei da vida, não é o que dizem?
Não quero mais me perder de mim, não quero perder essa sensação boa. Por favor.
Eu quero o céu pra mim pra sempre, eu quero minha estrela de boa noite. Beijo uma estrela só pra ela te fazer sorrir, porque eu sei que você vai olhá-la. Quem sabe assim veja a mim, refletida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Puxe a poltrona e fique a vontade.